Clube da Leitura Especial

Publicado por Maurício

Tópicos: Clube da Leitura, Denúncia, Modo de usar, O livreiro indica, OFF-Bienal

YES, NÓS TEMOS VAMPIROS!
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UMA EDIÇÃO ESPECIAL DO CLUBE DA LEITURA DEDICADA
ÀS HISTÓRIAS DE TERROR & MISTÉRIO

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Preparando o terreno para a grande balbúrdia literária que será a OFF-Bienal…
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Nesta terça-feira, dia 15 de setembro, a partir das 20h.
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PARA A PRIMEIRA RODADA
convidamos você a ler um techo de um conto ou romance de terror ou mistério.
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A NARRATIVA MAIS ASSUSTADORA SERÁ PREMIADA
com llivros do sebo. Os ouvintes votarão em um dos textos, enquanto os escritores convidados elegerão um outro vencedor.
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NA SEGUNDA RODADA
serão aceitos 6 contos (por ordem de chegada). O tema é “Monstros & Medos”, o limite é de 3.500 caracteres (com espaço) e novamente premiaremos 2 autores, eleitos no mesmo esquema descrito acima.
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Você se lembra de que o Clube da Leitura inclui uma aposta feita pelos participantes que trazem seus próprios contos, certo? Pois vamos homenagear uma das bem sucedidas apostas da história da literatura, feita em 1816. O poeta Percy Bysshe Shelley passava o verão na suíça na companhia de sua amante Mary e de seu amigo, o também poeta Lord Byron. Como o tempo ruim os obrigou a ficarem enfurnados em casa, se propuseram o desafio de escrever algo assustador para matar o tempo. Apenas Mary Shelley cumpriu o combinado, e o resultado foi o romance “Frankenstein or the Modern Prometheus”, um dos maiores clássicos do gênero.
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FECHANDO A NOITE, OUVIREMOS 3 CONTOS INÉDITOS dos escritores convidados:
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Martha Argel
Giulia Moon
Humberto Moura Neto
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NO SEBO BARATOS DA RIBEIRO
Rua Barata Ribeiro, 354, Copacabana
Tels. (21) 2256 8634 ou 2549 3850
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www.baratosdaribeiro.com.br/clubedaleitura
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POIS É, NEM SÓ DE CREPÚSCULOS VIVE A LITERATURA FANTÁSTICA CONTEMPORANEA…
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amor-vampiro
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Ainda que o sucesso do best-seller de Stephenie Meyer tenha chamado a atenção do público para a produção nacional. Já faz quase uma década que uma nova geração de escritores brasileiros tem explorado o mito do Vampiro, o que já teria sido comemorado se a mídia, e em especial a crítica especializada, não torcesse – injustamente – o nariz para a literatura de gênero. (Assim se tornando cúmplice de tantos “claricelispectorianas”, “guimarãesianos” e “machadianos” que insistem em entulhar as prateleiras de nossas livrarias com mais pretensão do que bons resultados…) Mas os milhares de livros vendidos pelo boa-praça André Vianco, por exemplo, prova que os brasileiros sabem valorizar a prata da casa.
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Alguns desses jovens escritores (lembrem-se de que não estamos falando de ginástica olímpica, onde se ganha medalha de ouro aos 15 anos… A maioria deles começou a publicar aos trinta e poucos anos e a força do talento têm nos surpreendido a cada novo lançamento) vieram ao Rio de Janeiro por acasião da Bienal Internacional do Livro. Queriam marcar um encontro com menos holofotes, para trocarem figurinhas com mais tranquilidade, e o Sebo Baratos da Ribeiro se prontificou a recebê-los:
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GIULIA MOON
Publicou “Luar de vampiros” (Scortecci, 2003), “Vampiros no espelho & outros seres obscuros” (Landy, 2004), “A dama morcego” (Landy, 2006) e “Kaori: perfume de vampira” (Giz), que acaba de lançar na Bienal do Livro. Participou ainda das coletâneas “Amor Vampiro” (Giz Editorial, 2008) e “Território V: vampiros em guerra” (Terracota, 2009), organizada por Kizzy Ysatis. Durante o dia Giulia é publicitária e, depois do sucesso de seus livros, montou sua própria agência de promoção e design.
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http://www.giuliamoon.com.br/
http://phasesdalua.blogspot.com/
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MARTHA ARGEL
que organizou a antologia de contos fantásticos “Lugar de mulher é na cozinha” (Writers, 2000) e participou de várias outras: “Vinte voltas ao redor do sol” (CLFC, 2005), “Amor vampiro” (Giz Editorial, 2008) e “O livro vermelho dos vampiros” (Devir, 2009). Publicou os livros “Contos improváveis” (VBS, 1999), “Relações de sangue” (Novo Século, 2002), “O vampiro de cada um” (edição da autora, 2003), “Olhos de Gato” (Writers, 2005), “O livro dos contos enfeitiçados” (Landy, 2006) e “O vampiro da mata-atlântica” (idea, 2009). É também uma das editoras do FicZine, dedicado à literatura fantástica. A estrela maior de sua imaginação é a vampira Lucila, uma bad girl que não conhece crises de consciência…
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http://vampirapaulistana.blogspot.com/
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HUMBERTO MOURA NETO
é biólogo de formação, como Martha, mas a paixão pela literatura (e pelos quadrinhos, diga-se de passagem) o levou a tornar-se também tradutor e organizador de antologias de contos. “O Vampiro antes de Drácula” (Aleph, 2009) reune contos do século XVIII a respeito do mais notório vilão sobrenatural do folclore europeu. Por meio de extensa pesquisa pessoal e de textos criteriosamente escolhidos e traduzidos, Humberto e Martha Argel apresentam uma cuidadosa seleção que parte de “O Vampiro”, de John Polidori (1819), passam por autores consagrados como Alexandre Dumas, Edgar Allan Poe e H. G. Wells, até finalizar com o consagrado Drácula (1897), de Bram Stoker. O Vampiro Antes de Drácula constrói, assim, um painel crítico e retrospectivo desse mito através da literatura, uma entidade capaz de sobreviver à passagem do tempo e chegar, mais invencível do que nunca, aos dias de hoje.
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http://fantastik.com.br/o-vampiro-antes-de-dracula/
http://www.literatsi.com/resenha/livro/vampiro-antes-de-dracula/
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E ESSA TAL DE OFF-BIENAL, HEIN?
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Enviarei um informe mais detalhado nos próximos dias, mas é, resumidamente, um dia inteiro de farras literárias, musicais e teatrais organizada pelo Sebo Baratos da Ribeiro, que ocupará, além da livraria em Copa, o Espaço Multifoco e o Cine Lapa, indo madrugada adentro no coração da boemia carioca.
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Acontecerá no próximo sábado, dia 19. Uma opção para quem já esvaziou os bolsos no Rio Centro ou não quer se despencar até lá.
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PROGRAMAÇÃO
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No Sebo Baratos da Ribeiro:
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10-13h – Contadores de Histórias Dandara estendem o tapete para as crianças.
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16h – Leitura dramática do diálogo escrito pela psicanalista Solange Jouvin, em que um jovem Freud encontra Machado de Assis. Com Gilberto Beahr.
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17-19h – Coquetel de múltiplos lançamentos: S. Lobo, Fábio Lyra, Mariel Reis, Estevão Ribeiro, Ana Cristina Rodrigues, Luis Eduardo Matta, Alex Castro, Estevão Azevedo, Martha Argel, Giulia Moon e o pessoal da antología “Território V: vampiros em Guerra”. Além do COLETIVO CLUBE DA LEITURA, apresentando a performance “Modo de Folhear”.
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19h – preview da montagem de “Esperando Godot” dirigida por Leonardo Thierry.
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19:30h – show da banda Cartas a Julie Marie, de Niterói.
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No Espaço Cultural Multifoco, na Lapa:
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21h – Coquetel de lançamentos múltiplos: Nilson Lago, Tonho França, Paula Gicovate, Marla Queiroz, André Calazans e Renato Amado.
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No Cine Lapa (Men de Sá, ao lado do Asa Branca):
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22h – COLLEGE CONVIDA MOJO BOOKS: os autores da Mojo Books “tocam” seus livros, travestidos de DJs:
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Manoel Magalhães (Love is Hell, Ryan Adams)
Rafael de Souza Luppi Monteiro (Evil Heat, Primal Scream)
Rodrigo Novaes (The Trinity Sessions, Cowboy Junkies)
Daniela Lima (Live forever, Oasis)
Luíza Zanuncio Briard (I will follow into the dark, Death Cab for Cutie)
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DENÚNCIA: ESCRITOR PAULISTA É ESPANCADO POR POLICIAL QUE TRABALHA COMO SEGURANÇA DE BOATE BADALADA
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O caso comoveu a comunidade literária paulistana, e merece ser divulgada dado o absurdo da situação. As primeiras informações vieram por e-mail, enviado pelo escritor e editor Cláudio Brites:
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“Amigos, neste momento o escritor Kizzy Ysatis e Liz Marins, filha do Zé do Caixão, estão no hospital Santa Casa de Misericórdia, após terem sido espancados pelos seguranças da balada A LOCA. Estão muito machucados. Quem me informou foi o Kizzy, que diz ter até perdido alguns dentes por tamanha fúria dos agressores.”
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As primeiras informações na mídia saíram no Portal G1, em 4 de setembro:
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http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1292911-5605,00-CINEASTA+E+ESCRITOR+DIZEM+TER+SIDO+AGREDIDOS+POR+SEGURANCAS+DE+BOATE+EM+SP.html

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Que diz resumidamente:
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“A cineasta e atriz Liz Marins, de 37 anos, diz ter sido agredida juntamente com um amigo, o escritor Cristiano Marinho, de 32 anos, que usa o nome artístico de Kizzy Ysatis, na boate “A Loca”, na Rua Frei Caneca, na Consolação, região central de São Paulo, no início da manhã desta sexta-feira. Procurada pelo G1 desde as 10h30 desta sexta, a casa norturna não havia comentado o caso até por volta das 15h. A Polícia Militar informou que foi acionada para atender o caso, que estaria relacionado com uma briga entre seguranças e cliente por causa da perda de uma comanda. Pai da jovem, o cineasta José Mojica Marins, mais conhecido como Zé do Caixão, criticou atitude dos funcionários. “Pelo que minha filha me contou, eles nem deram chance para resolver a questão”.
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A cineasta conta que estava deixando a boate, por volta das 6h30, pagou sua conta e sentou para esperar o amigo pagar a dele. “De repente eu ouvi uma discussão, o Kizzy dizendo que tinha pago a conta e o cara do caixa dizendo que ele não tinha pago. Logo em seguida vi os seguranças pegando ele, jogando ele no chão e batendo muito nele. Enfiaram a bota na boca dele para ele não gritar”, conta ela. De acordo com Liz, quando ela foi em direção ao amigo e perguntou o que estava acontecendo, ela também foi agredida. “Um segurança me pegou pelos braços, me jogou no chão e ficou me segurando. Eu gritava ‘me solta, eles vão matar meu amigo’, mas eles só pararam quando a polícia chegou”, relatou. O amigo, disse ela, conseguiu telefonar para o irmão no meio da confusão e o parente chamou a polícia.
(…)
Ainda de acordo com a PM, os dois foram levados para atendimento na Santa Casa e o caso foi registrado no 4º DP, no bairro da Consolação.”
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A Folha de SP também cobriu o caso, em matéria apurada pelo jornalista Gabriel Mestieri.
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http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u619603.shtml
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Em seu blog “Phases da Lua”, Giulia Moon escreveu um relato emocionado sobre o episódio, no dia 5:
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O HORROR REAL NO DAY AFTER
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“Meus queridos amigos, anteontem foi um dia muito feliz. Apesar da chuva forte que caiu sobre São Paulo desde as cinco horas da tarde, a falta de luz em alguns bairros e o trânsito caótico que parou metade da cidade, o auditório da Saraiva Megastore foi pequeno em alguns momentos para conter a multidão que foi até lá para conhecer “Kaori”. Agradeço do fundo do coração a todas as pessoas que de uma forma ou de outra acreditaram no livro e ajudaram a divulgá-lo. Agora, a minha pequena vampira e seus companheiros de universo fantástico estão andando sozinhos pelo mundo, sem o meu olhar protetor de mãe.
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Mas vou lhes contar o porquê do meu silêncio de ontem. Depois de um dia auspicioso, o Day After trouxe uma notícia muito triste, que me fez passar o dia procurando notícias pela internet, chocada com o comportamento de alguns seres humanos, que fazem vampiros, lobisomens e criaturas monstruosas de fantasia se recordarem de forma dolorosa que nada, mas nada mesmo, supera o bicho homem em matéria de desrespeito a um outro ser humano.
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O escritor Kizzy Ysatis (Clube dos Imortais, O Diário da Sibila Rubra, Território V) e a cineasta e atriz Liz Vamp foram agredidos ontem de manhã pelos seguranças de uma casa noturna – chamada apropriadamente de “A Loca”, dado o descontrole emocional e moral demonstrado pelos seus funcionários – quando saíam, depois de passar a noite comemorando o aniversário de Liz. Uma tola e medíocre discussão sobre uma comanda perdida levou duas pessoas íntegras, talentosas e cheias de boas intenções a um hospital. E poderia ter sido pior, não fosse a chegada dos policiais.
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Vi, estarrecida, a foto de Kizzy na internet, com o rosto desfigurado pelo espancamento. A imagem das marcas roxas no corpo de Liz. Ele está deixando o hospital só esta manhã, 24 horas após o ocorrido, depois de constatar que houve fratura craniana, mas sem danos ao cérebro. Ela, graças aos céus, foi liberada ainda ontem de manhã. Poucas horas antes, ambos estavam sorridentes e felizes na Saraiva, comemorando comigo o nascimento de “Kaori”.
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Liz estava linda, a sua presença enche qualquer ambiente de personalidade. Eu a encontrara na terça feira na entrevista ao programa “Mulheres”, na TV Gazeta, e havíamos conversado bastante enquanto esperávamos a hora de entrar em cena. Uma mulher sólida, forte, engajada na luta contra discriminação e preconceito. E, ao mesmo tempo, uma menina doce e caprichosa, que gosta de se enfeitar, de dançar, de sorrir. Sempre sincera, autêntica, corajosa. Antes de sair para a balada, ela tinha me dito, com o seu largo sorriso e segurando as minhas mãos: “vamos com a gente, hoje é o seu dia, menina. Tem que comemorar!” Mas eu tinha planos bem mais domésticos de comemoração e acabei não aceitando o convite.
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Kizzy sempre foi como um irmão um pouco amalucado, um fenômeno da natureza como o sol e a chuva. Chegara na Saraiva esfuziante, me abraçando e gritando a plenos pulmões, “você está lindaaa!” Tinha me contado às gargalhadas, nos dias anteriores, que havia arranjado uma roupa especial de “gato” para ir ao evento, mas não podia engordar, pelo risco de não caber na vestimenta. Havia escrito, com uma generosidade rara, que estava tão feliz com o lançamento de “Kaori”, como se fosse um livro dele, num dos tópicos da comunidade. E, antes de tudo isso, tinha lido os originais de “Kaori” com afinco, para cumprir os seus compromissos de faculdade ao mesmo tempo em que cumpria a promessa feita a esta amiga escritora, de escrever uma frase sobre o livro. Desde sempre, Kizzy havia sido um tio brincalhão, entusiasmado e alegre da minha Kaori.
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Duas pessoas queridas, honestas ao extremo no seu modo de encarar a vida, e de fazer as suas opções na intrincada rede de escolhas no nosso dia a dia complexo. Dois amigos não apenas meus, mas de todos nós, que damos valor à liberdade de se expressar sem medo em palavras, atitudes e aparência o que somos por dentro. Dois espíritos delicados, frágeis e sensíveis que precisam ser protegidos e defendidos neste momento por nós, seus colegas de caminhada, que amamos o Horror na ficção. Mas repudiamos o horror feio e monstruoso da vida real.
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Por isso, vamos deixar clara a nossa revolta pelo comportamento selvagem de alguns dos nossos irmãos de raça, meus queridos seres humanos. Assim como existem pessoas amáveis e doces como Kizzys e Liz Vamps entre nós, há aqueles que ainda têm muito a aprender em matéria de humanidade. E a esses, vamos ensinar, todos, a serem seres humanos melhores.
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Vamos colocar a criatividade para repudiar com veemência esse ato de puro horror. Que cada um de nós contribua, sem violência ou ódio, para mostrar o quanto esse tipo de comportamento é prejudicial a toda a sociedade. Vamos continuar espalhando essa mensagem.
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Há um relato bem completo, feito por Lorde A, na Rede Vampyrica. Se quiserem saber os detalhes do acontecido, acessem aqui: http://redevampyrica.com/home/?p=322
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E que Kizzy e Liz fiquem bem. Pois o bem deles é o bem de todos nós.”
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Para ler o depoimento do próprio Kizzy, vão ao blog dele:
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http://www.kizzyysatis.blogspot.com/