Foto de Rodrigo Carvalho (no instagram: @digodeboas )
SEBO BARATOS: Rua Paulino Fernandes 15, em Botafogo – a uma quadra do metrô. Tel. (21) 3547 2220
Aberto de segunda à sábado, das 11 às 20 – com horário expandido em dias de eventos.
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Na segunda rolou um encontro de titãs aqui na Baratos da Ribeiro Livraria Ltda….. Pedro está dando uma força pra equipe, agora que Walther entrou de férias. Pois bem, estavam aqui:
Christopher Kirkley e Karen Antunes, simpático casal de Portland, Oregon: ele é o fundador da SAHEL SOUNDS (especializada em música africana) e ela trabalha na Mississippi Records (blues e folk de raiz). Aí pintou o Joe, da inglesa Far Out Records (jazz-fusion-bossa de vários cantos do planeta)…. e depois adentra o gramado o craque Marcello MBgroove, do Vinil é Arte! Paulo Cesar Andrade completou o time.
https://soundcloud.com/faroutrecs
Foi muito difícil achar alguma informação sobre a MISSISSIPPI RECORDS, até que topei com um artigo no site Vynil Factory, que despretenciosamente traduzo / adapto aqui:
“Marquei com Eric Isaacson para algumas horas antes de sua terceira apresentação no Café Oto, em Londres. Basicamente uma palestra sobre o acervo de gravações de folk music que Alan Lomax montou para a Biblioteca do Congresso Norte-americana (a princípio, já que a pesquisa continuou mesmo sem subsídio) ilustrada por vídeos registrando as atividades da hiperativa Mississippi Records, o evento teve 3 noites de ingressos esgotados. Eric estava sinceramente surpreso, diria até encabulado com tamanho sucesso.
O selo, assim como a loja, é difícil de se achar. Sem presença na web exceto um registro no Google map e uma tentativa de discografia feita por um cara chamado Bryan Sinclair – que largou mão em 2009 -, Mississippi Records é uma anomalia no século XXI, uma lacuna virtual apesar dos mais de 150 discos que lançou.
Sabendo disso fiquei muito encorajado depois de ter conseguido contato com Eric por email. Combinamos num bar em Shoreditch, e apesar de Eric não ter um telefone celular ele me garantiu que o acharia fácil, se descrevendo como “um cara todo de preto, um pouco careca e barbudo”.
Apesar de sua descrição evocar a imagem de um sujeito que passou setenta horas por semana dos últimos 10 anos no porão da loja de discos, garimpando material de arquivo e gravações de campo seja de tambores africanos seja de esquecidos trovadores dos cantões dos States, Eric Isaacson não se parece em nada com um bibliotecário aposentado.
Um orador carismático com uma língua afiada e uma queda para a auto-ironia, Isaacson fundou, com o amigo Warren Hill, a Mississippi como uma simples loja de discos, um paraíso para os excêntricos desconectados de Portland, Oregon. Logo a loja se tornou o quartel-general de uma turma de artistas e produtores independentes, resultando em lançamentos como o curioso “Duck Duck Gray Duck”, um áudio-documentário sobre brutalidade policial e um disco em memória a um camarada querido, que morreu precocemente, entre tantos outros.
Eric sempre foi um colecionador de discos de vinil. Antes de completar 10 anos já descolado toda a discografia dos Beatles, toda ela em fitas K7 e com ficha técnica cuidadosamente anotada. Fazia mixtapes de raridades de R&B cortando os solos de sax (seu gosto para música é bastante idiossincrático) e logo encontrou inspiração no El Saturn Records do Sun Ra, na série Smithsonian´s Folkways, no Gate 5 de Harry Partch e, mais recentemente, nos selos Honest Jon e Sublime Frequencies e afins. Foi só questão de tempo até que o homem em cujo escritório lê-se emoldurado na parede “Paciência é uma forma sutil de desespero disfarçada de virtude” arregaçasse as mangas.
162 discos depois, e nem um centavo desperdiçado em publicidade, imprensa ou promoção, Eric Issacson emerge do porão da Mississippi Records para falar sobre o selo pela primeira vez:”
Mississippi Records, located at 4007 N Mississippi Ave, Portland, Oregon, is known for holding true to their “Love Over Gold” motto by providing hard to find music cheaply. They carry only vinyl and cassette with a very small amount of CDs by local Portland bands.
The label has begun to catch the attention of collectors worldwide by bringing to light obscurities from lands stretching from Thailand to North America to Africa with releases limited to only 1000 copies.
& TEM PAPO PRA TODOS OS GOSTOS! A fauna do Sebo Baratos é diversa & colorida…. Ontem a noite terminou num empolgante debate sobre teologia, Michel Foucault, Revolução Iraniana, terrorismo, Napoleão etc etc…. Gabriel Dirma Leitão, prestes a defender sua tese de doutorado, estava na área, acompanhado de outro filósofo – e professor do Colégio Pedro II -, que recebeu o título de doutor há poucos dias. A conversa esquentou depois que o Johnny Mosquera chegou com o Iran Ferraz e seu filho, o Arthur – os três são da comunidade cristã vizinha ao sebo, uma congregação bem progressista, uma turma “cabeça aberta” que contradiz o estereótipo tradicional do “crente”.
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& NESTA QUINTA Pedro White vai apresentar os melhores discos gravados ao vivo da história do rock´n´roll! E atenção: é a ÚLTIMA GRAVAÇÃO DO ANO – do programa “As 10 & Ponto Final”!
Toda quinta-feira os DJs invadem o Sebo Baratos! Das 19 às 22h a cozinha vira estúdio aqui no sobrado azul da Rua Paulino Fernandes 15, em Botafogo. E a partir da semana que vem as noites serão todas de Clube do Vinil. O anfitrião Maurício vai receber, na ordem: Nathália “Indie” Rock, Bia + Milina + Tatiana e Guilherme Araújo.
100% em vinil!
& NESTA SEXTA-FEIRA, na Rádio Graviola, vai ao ar o Lado B do programa “As 10 & Ponto Final” sobre….
PUNK & NEW WAVE! Você vai escutar:
“Teenage Kicks”, The Undertones
“(I Can’t Get No) Satisfaction”, Devo
“The Ballad Of TV Violence“, Cheap Trick
“Just What I Needed”, The Cars
“Another Girl, Another Planet”, The Only Ones
“State Of Confusion”, The Kinks
“Shattered”, The Rolling Stones
“Dance This Mess Around”, The B-52’s
“So Lonely“, The Police
“Rockaway Beach”, Ramones
“Cavalos de Corrida”, UHF
“Goggles on”, The Suburbs
+ papos sobre o Liceu Francês, a invenção do walk-man, diabruras adolescents, krautrock, a progressão da ressaca, comida de avião, virgindades perdidas, o Live Aid, os rollers de Lisboa, natal em Massachusetts e filmes misteriosos
+ a participação especial do belga Adil, que está no Brasil, depois de passar por 15 países, produzindo, através de oficinas, um livro em Quadrinhos feito em conjunto por crianças de todo o planeta – o projeto se chama “Comics All Over The World”. E em sua homenagem tocamos “Amsterdam”, de Kurt Weill, na interpretação de Jacques Brel.
Publicado por Maurício
Tópicos: Clube do Vinil, Novidades no Acervo