dia 19 no Comuna: LOCOS HERMANOS: uma festa de rock´n´roll cantado em espanhol, fazendo a cabeça dos cariocas!

Chegando à sua terceira edição em 19 de maio, a Locos Hermanos dá mais uma prova do crescente interesse pela música latina no Rio de Janeiro

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Há uns 3 anos atrás, o carioca tinha poucas oportunidades para escutar música latina. Esporadicamente surgia um evento como a ARRIBA LA FIESTA, do coletivo Vinil é Arte – que atraía principalmente bolivianos, colombianos e peruanos que vivem no Rio. A salsa e o merengue, gêneros que sobreviveram por décadas nas escolas de dança de salão, eram timidamente explorados pelas gafieiras. De resto, uns poucos DJs interessados em música étnica do terceiro mundo passeavam rapidamente por ritmos como a cumbia, em sets que aproximavam batidões populares de grandes metrópoles do mundo – o tal global ghetto tech.

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Mas de repente, não mais que repente, vários produtores e DJs estão promovendo festas inteiramente dedicadas aos ritmos latinos – não apenas os tradicionais ou “folclóricos”, mas abrindo também espaço para os gêneros contemporâneos como o reaggaton e a eletrocumbia, fartos em sintetizadores, guitarras e bases eletrônicas. A NOCHES DE SOL tem lotado o La Esquina, na Lapa, com música tão pop quanto aquela que a Shakira faz, mas tão latina quanto a Ivete Sangalo é brasileira. No Multifoco nasceu o LATIN LOUNGE. No próximo dia 9 de maio acontece mais uma LATIN PARTY no Guimo´s Pub, em Copacabana, comandado pelo DJ Angola. O DJ Bruno Queiroz, encarnando o LA BOMBACIÓN, defende o pop latino em festas de sucesso como a NEW LAJE, a AVALANCHE TROPICAL e a CARAMBA – que rola no Comuna neste sábado.

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A LOCOS HERMANOS chegou para preencher uma lacuna: o lance ali é punk, new wave, indie rock, skacore e rock´n´roll em geral, mas tudo feito entre a Tierra Del Fuego e o México. O leque de opções se completa. Às terças, no Leviano, pode-se ouvir salsa ao vivo, com excelentes bandas como o SONGORO COSONGO ou o MANO A MANO. Às quintas tem o caliente baile do Noches de Sol. Às sextas a salsa e o merengue tomam conta do salão do Democráticos. Faltava um espaço que apresentasse aos cariocas os Los Hermanos, Tonos, Matanzas, Skanks, Autoramas, Criolos, Paralamas e Mundos Livres do Chile, Venezuela, Equador, México, Argentina etc. Afinal, resumir a América Latina ao cha-cha-cha é tão estreito quanto julgar a música brasileira apenas pelo samba.


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ESSES TAIS LOCOS HERMANOS
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A LOCOS HERMANOS nasceu numa lua-de-mel passada em Buenos Aires, em agosto de 2011. Maurício Gouveia, mais conhecido no circuito boêmio como DJ Ácaro, e a historiadora Bia Andrade já conheciam um pouco da música argentina e ficaram muito empolgados com as descobertas que fizeram in loco, mas ficaram igualmente chocados com o quanto os portenhos conheciam da música brasileira, em contraste com o pouco é difundida aqui a música dos países vizinhos. Nos meses seguintes, já de volta ao Rio, foram descobrindo que a indignação diante do isolamento tupiniquim era partilhado por outros amigos, a daí em diante foi apenas uma questão de arregaçar as mangas. A viagem, aliás, havia sido presente de um padrinho do casamento, o Paulo Terra, sócio de Maurício no Sebo Baratos da Ribeiro.

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Val Becker entrou com a transmissão ao vivo das festas pela web rádo Graviola. Gaúcha com muitos amigos pela região do rio da Plata, Val já vinha há alguns meses transmitindo ao vivo o Clube do Vinil.
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Outro militante pela diversidade sonora que atua no front radiofônico é Marcus Losanoff. Há cerca de um ano com o programa Cambio no ar, dedicado exclusivamente ao rock latino e ibérico, sendo transmitido pela rádio Microfonia e por uma rádio no Equador. Marcus se revelou um talento nato na sua estréia como DJ.
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Ronnie Sondahl era parceiro antigo do DJ Ácaro: tocaram juntos na L´Playground e na Psycho 60s, festa idealizada por este publicitário paulista que vive entre uma e outra ponta da rodovia Presidente Dutra. Casado com uma arquiteta uruguaia, Ronnie também já iniciara sua pesquisa há algum tempo.

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O portenho Diego Ernesto estava à frente da banda argentina de ska Dulces Diablitos, até que se apaixonou por uma carioca e aportou por aqui.
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Marcello Mbgroove integra o coletivo Vinil É Arte e sua pesquisa abrange negritudes em geral, além de outros grooves da mais fina estirpe. Parceiro de quase tudo que essa turma arma – do SamBaratos à Feira de Discos de Vinil -, ofereceu imediatamente seus préstimos ao bando. Dono de um dos ouvidos mais privilegiados da paróquia, os resultados da sua pesquisa em pancadões roqueiros latinos impressionou tanto que acabou titular do time de DJs da Locos Hermanos.
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O que deveria ser apenas um ensaio acabou sendo uma festa com clima de happening. A edição inaugural no Sobrado 70, no Catete, foi em horário happy-hour e teve a participação da cantora Agu Magu. No Brasil havia apenas 3 meses, a cantora polonesa apaixonada pela música cubana foi acompanhada pelo guitarrista Nelson Burgos, que botou um tempero mais apimentado nas canções folk – coisa de roqueiro rodado, afinal Nelson é o compositor e produtor por trás de Nelson & Os Gonçalves e Sequelândia.

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A edição seguinte aconteceu em abril, no Albergue da Matriz, e um grande objetivo foi alcançado ali: uma turma de latinos que vivem no Rio deram as caras, e os DJs se comoveram com os argentinos, peruanos e mexicanos cantando em coro hinos de Los Violadores, Sumo, Ataque 77, Molotov, Los Prisioneros, Ratones Paranoicos e Soda Stereo.

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No dia 9 de maio mais um formato foi testado. Los Locos Hermanos invadiram o estacionamento da Cobal do Humaitá e, com os CD-Jotas na mesa, entre mojitos e de drinks flamejantes, serviram rock mais baladeiro e shoegazer para os freqüentadores do PUEBLA CAFÉ.
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A PRÓXIMA FESTA, NO SÁBADO, dia 19 DE MAIO, é um passo importante: acontece no COMUNA, em Botafogo, a convite dos produtores da Palaflou. A casa é uma bem acertada mistura de casa noturna, galeria, ateliê de moda e bar com um menu de sanduíches ousados. Bem maior do que os espaços ocupados até agora, será capaz de receber a leva crescente de latinos roqueiros até então desabrigados e os cariocas que estão desbravando o que nostros hermanos são capazes de fazer com uma guitarra elétrica.

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Como das outras vezes, a festa será transmitida ao vivo pela rádio Graviola. Não se trata de mero detalhe, porque o intercâmbio está acontecendo, inclusive à distância. Confira no link abaixo os sets da edição no Albergue – que abre com a Agu Magu cantando à capella…
http://www.radiograviola.com/locos-hermanos-30-01-12/
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As fotos abaixo foram tiradas em Buenos Aires e flagram o uruguayo Sebastián Pau ouvindo alguma banda chilena no set do paulista Ácaro, tocando no Rio de Janeiro.

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UM QUADRO MAIS AMPLO
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Curiosamente, trajetórias variadas tem tido como ponto de chegada comum a música latina. DADO VILLA-LOBOS, Charles Gavin, Tony Platão e Dê Almeida anunciaram há poucas semanas que estão ensaiando clássicos do rock latino para o repertório de uma nova banda ainda sem nome. Recentemente vários projetos feitos através de leis de incentivo fiscal e editais públicos serviram de vitrine para a música latina: o exemplo mais recente foi o ENCONTRO NITERÓI AMÉRICA DO SUL, que trouxe o Kevin Johansen (Argentina), Kalule (Chile) e o Cuarteto de Nos (Uruguai), Maria Del Mar (Chile), entre outros –para ficar entre os roqueiros escalados. Em novembro passado o TANGOLOMANGO aconteceu simultaneamente no Circo Voador e em Buenos Aires, promovendo workshops e jam sessions com artistas dos dois países. Sinais de que o Mercosul começa a gerar uma integração para além da econômica.

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Muita gente não faz ideia do intercâmbio que já houve, em outros momentos, entre esses países, dentro do universo roqueiro. O melhor exemplo é o Paralamas do Sucesso. Para se ter ideia do tamanho do sucesso que a banda fez nos países vizinhos, basta lembrar que no começo dos anos 90 eles tocaram no estádio lotado do River Plate, em Buenos Aires, tendo como banda de abertura os ingleses do UB-40. E o sucesso “lourinha Bombril” é, na verdade, uma versão para uma canção de Los Pericos – que por sua vez estourou nas paradas de sucesso com uma versão em espanhol para “Mulher de fases”, dos Raimundos.

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E não é apenas no Rio de Janeiro que a música latina anda em alta. Em São Paulo, na véspera do Lollapalooza, mês passado, a pista mais animada da peculiar festa VOODOHOP tocava eletrocumbia, com DJs altamente performáticos e usando máscaras folclórico-psicodélicas soltando o batidão colombiano. Lá da Terra da Garoa destaca-se ainda a banda EL CARTEL e a festa GUACHARACA CLUB, do DJ Tide. Já o BAILE TROPICAL, idealizada pelo baiano Patricktor4 e por Bernardo Pinheiro, vivendo em Recife, já passou por várias capitais brasileiras e até por Argentina, Uruguai e França. O MAPA DE TODOS, Festival promovido pelo Senhor F (Brasília) em parceria com a Scatter Records (Buenos Aires) também cresceu e se consolidou nos últimos anos. A cidade de Paraty, bom termômetro dos gostos dos formadores de opinião entre o eixo Rio-São Paulo, agora promove, além da sua Festa Literária Internacional, o PARATY LATINO – FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICA.

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PLANOS PARA O FUTURO
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O coletivo LOCOS HERMANOS está preparando com contribuição de material enviado de algum lugar do Caribe pelo projeto NOSOTROS. A publicitária afro-nipo-brasileiraPriscila Midori passou a infância e a adolescência na fronteira entre Brasil e Bolívia. Victor Marcello desenha desde o berço e depois de cursar Belas Artes e Cinema foi trabalhar com broadcast design. A dupla está há meses percorrendo a América Latina munidos de máquinas fotográficas Lomo. Aberta há poucos meses em frente à Baratos da Ribeiro, a Lomography Store os botou em contato com DJ Ácaro e Ronnie, e juntos estão armando uma farra que acontecerá simultaneamente no Rio e talvez em Cuba – Priscila e Victor estão em Havana agora, mas a viagem não tem rota certa nem hora para acabar.
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O texto de apresentação do site Nosotros resume bem a questão que motivou DJ Ácaro a turma a criarem a LOCOS HERMANOS. Ele trata de arte em geral, mas se aplica à necessidade de uma festa focada na produção roqueira latino-americana:
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“Quando o resto do mundo pensa em América Latina, as primeiras imagens são do nosso folclore e dos povos mais antigos. Mesmo tendo muito orgulho do passado e reconhecendo o quanto ele enriquece a nossa cultura, sabemos que os países e os próprios latino-americanos mudaram muito desde então.
Para desmistificar essa visão que ficou parada no tempo, criamos este projeto que apresenta jovens artistas, profissionais criativos e suas produções na América Latina.”

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SERVIÇO:
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LOCOS HERMANOS
DJs Ácaro + Marcus Losanoff + MBgroove + Diego Diablito + Ronnie Sondahl
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Transmitido ao vivo pela Rádio Graviola: http://radiograviola.com.br/
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Sábado, dia 19 de fevereiro, a partir das 22h
Local: Comuna (Rua Sorocaba, 585 – Botafogo, Rio de Janeiro)
Quanto: R$ 10,00

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