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Sebo Baratos da Ribeiro: Rua Barata Ribeiro, 354, Copa.
www.baratosdaribeiro.com.br/clubedovinil
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NESTA QUINTA, dia 24, o anfitrião DJ Ácaro receberá 2 convidados muito especiais:
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MARCOS SPACECAKE
Trabalhou no Bolacheiro, foi sócio do Plano B e atualmente é Ronin no mercado de discos de vinil carioca. Tem semeado nas praias cariocas os sons garageiros e psychobillies da Voodoo Rhythms (Suíça), comandou a equipe do Sebo Baratos que esteve presente na última Feira de Discos de Vinil do Tangerino (na sua 37ª edição em 20 anos de existência), em São Paulo, e acaba de criar um PodCast onde, em parceria com o mago do SoundForge Machintal, pretende colaborar para a boa formação musical de nosotros:
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http://achadoseperdidos33-45.podomatic.com/
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JOHN CHARALAMBIDES
É grego da ilha de Cyprus e vive em Houston, no Texas, onde trabalha para a empresa petroleira Oceaneering. Viveu por alguns breves anos no Rio de Janeiro, quando aproveitou a oportunidade para se aventurar pelo rock setentista brasileiro. Recém chegado, foi até uma megastore e aceitou as sugestões do atendente. Um certo dia, quando recebia em casa alguns pais dos colegas de escola de seus filhos, entabulou uma conversa animada com um certo cabeludo. Disse então pro camarada que daqueles CDs, tinha realmente gostado desse tal Novos Baianos. Foi quando o cabeludo disse: “Pois é, aí sou eu tocando as guitarras”. Era Pepeu Gomes. Pedimos para que ele trouxesse algumas de suas jóias para serem tocadas no Clube do Vinil. Dos 10 mil LPs que John guarda em casa, ele botou na mala:
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Brute Force (EUA, soul-jazz, produzido por Herbie Mann)
Nucleus (UK, jazz-rock, daqui saiu gente pro Soft Machine, além do Chris Spedding)
Embryo (Alemanha, krautrock, colaboraram com o Amon Dull)
Graham Bond (UK, blues-jazz-soul-rock)
Keith Tippett (UK, jazz-rock)
Magma (França, prog/jazz, o vocalista desenvolveu um idioma próprio para cantar, que batizou de “kobaia”. Também chegaram a dizer que faziam música “clássica”!)
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John selecionou ainda um pouco da nata do rock grego para nossa degustação:
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George Romanos (folk psicodélico)
Blue Birds (folk-rock psicodélico dos anos 60. Muito raro.)
Poll (folk-rock com influências orientais)
Nostradamos (folk-rock)
Four Levels Of Existence (fuzz-garage-rock. O nome original da banda é Ta Tessera Epipeda Tis Yparxis, mas os colecionadores, que chegam a pagar mil euros por uma cópia da época, a conhecem pelo nome traduzido)
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Além da coletânea “Zontaoi Sto Kyttaro: I pop stin athina”, um show gravado em 1971 em Atenas, no clube Exarhia, onde anarquistas, hippies e outros “terroristas” se reuniam durante a ditadura. Várias das bandas importantes da época participaram.
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JÁ O DJ ÁCARO
Vai tentar a proeza de agradar aos fãs de prog e de garageiras. Não deve ser tão difícil, já que ambos curtem é uma boa piração sonora, onde não falte punch. Vai solar meio dúzia de canções, só pra costurar os sets, mas sairá desse balaio de gato (todos cantando no idioma pátrio!):
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Built to Spill (EUA), Las Foralettes (México) Grillbaren (Dinamarca), Judy Henske & Jerry Yester (EUA), Bülent Ortaçgil (Turquia), Hoola Bandoola Band (Suécia), The Inner Space (Alemanha), Beat Boys (Argentina / Brasil), The Soft Boys (UK), Szalona Lokomotywa (Polônia) e Som Imaginário (Brasil)
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Pra ir dando gostinho:
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http://www.youtube.com/watch?v=uu-ax1zkmLw
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ENTREVISTA COM JOHN CHARALAMBIDES:
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Nas palavras do próprio: “Eu estou muito feliz com minhas escolhas… Eles são todas canções MATADORAS (eu acho) e vão arrasar, compadre. Essas são algumas das minhas bandas prediletas e quero ouvi-las na companhia dos confrades do Clube do Vinil. Espero que a galera curta, ainda que algumas sejam longas – mas nem um pouco chatas, garanto.
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1) Quando você deixou a Grécia?
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Na verdade nasci na ilha de Cyprus, que atualmente é uma nação independente e membro da União Européia. Parti para os EUA em 1984… E ainda estou nesta “terra de perdição”!
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2) Já tocou em alguma banda?
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Nunca… E nem sei tocar nada. Mas meus ouvidos me permitem separar os sons dentro da música e até focar em instrumentos específicos que quero apreciar… Minha curtição é escutar os discos, não ficar acumulando pilhas deles e tirando onda com isso.
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3) Que bandas gregas você curtia quando tinha, vamos dizer, entre 15 e 20 anos?
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Era meados dos anos 70, então minha cresci ouvindo todas aquelas bandas que surgiram logo após o fim da ditadura no país, tais como POLL, OLYMPIANS, PLJ BAND/TERMITES, PAPAKONSTANTINOU, SAVOPOULOS etc e tal. Mas estava muito interessado também nas bandas inglesas e americanas (como o Doors, Deep Purple, Black Sabbath, Pink Floyd, Zeppelin etc etc). Ouvia as bandas e… Aprendia inglês com elas. Então imagine o jovem John escutando o Jim Morrison balbuciar suas besteiras e tentando seriamente traduzir seu nonsense… Realmente não fazia muito sentido… Mas aprendi inglês, o entendi completamente e até concordei com ele!
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4) O que acha do fim da era do CD, o revival do LP e o future da música digital?
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Essa é fácil pra um “vinyl junky” como eu. Odeio CDs e os uso apenas quando estou no carro (em geral cópias que faço dos meus discos). Só compro a edição em CD daquilo que não acho em LP, ou quando ele é caro demais e não existem reedições disponíveis. Adoro ver o LP ressurgindo, o que na verdade tem acontecido mais na Europa do que nos EUA, mas sou muito cético com relação à afirmação de que “os LPs voltaram”, porque isso teria de ser verdade em termos “comerciais”. Não acho que o mercado de lojas de discos seja mais tão grande, mas vejo mais e mais garotos comprando LPs ultimamente, o que é encorajador. Não gosto mesmo do download de arquivos de MP3… Não acho que role alguma conexão real entre o sujeito e a música. O ato do download é frio demais,e acho os I-Pods “bobos”. Me chamem de “antiquado”, mas não há satisfação maior do que abrir uma capa dupla com uma bela arte psicodélica e ler os informações do encarte, enquanto o disco gira. E acima de tudo, não há nada melhor do que o som de um LP bem conservado tocando em um sistema Hi-Fi decente… É o mais próximo possível da experiência real de se escutar música.
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5) Finalmente, o que me diz sobre a troca de experiências musicais entre você e seus filhos? Eles já conseguiram lhe convencer da qualidade da música que ouvem? E quais dos seus LPs já os agradou mais?
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Essa é a mais intrigante das perguntas! Minhas crianças foram expostas à minha música antes desde antes de nascerem…. Já ouviam no ventre da Helen. Então hoje em dias ambos dormem diariamente embalados pelo som do rádio. Como todos os adolescentes, acompanham os hits do momento, que são pra mim puro lixo. Entretanto aqui e ali me apresentaram algumas poucas coisas interessantes (minha filha me apresentou o Nightwish uns anos atrás, e meu filho me provou que o Linkin Park sabe fazer um rock´n´roll de vez em quando!). Dos meus discos, os dois adoram os Beatles, e algumas canções que eles me pedem pra ouvir de vez em quando (como “Coconut” do Nilson). Meu filho vive dizendo que quer herdar minha coleção… Valerá uma boa grana, ele diz… uma abordagem capitalista do meu bem mais precioso!
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E FINALMENTE, ATENÇÃO:
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EDIÇÃO EXTRA DO CLUBE DO VINIL NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA
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dia 28, a partir das 20h, tem edição extra para receber Joel Stones, dono da Tropicalia in Furs (Nova Iorque), que veio ao Rio para o lançamento do doc “Beyond Ipanema: Ondas Brasileiras na Música Global”, que está sendo lançado no Festival do Rio.
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A “Record Boutique” do East Village muitos agitadores culturais e é palco de shows e DJs sets, como o Sebo Baratos da Ribeiro. Joel, um apaixonado pela psicodelia tupiniquim, foi entevistado no último número, o 36, da Wax Poeticsa – revista bimestral dedicada à música de raízes africanas:
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http://waxpoetics.com/issues/issue_36/
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E os links sobre o filme “Beyond Ipanema”, cuja sessão de gala acontece neste sábado, no Odeon BR:
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http://vodpod.com/watch/1897187-beyond-ipanema-brazilian-waves-in-global-music
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http://www.beyondipanema.com/news.html
Publicado por Maurício
Tópicos: Clube do Vinil